Nuvem x On-Premises: Fatores a considerar no cálculo do ROI

Cloud-vs-On-Premises

Por Victor Matsumoto

A migração para a nuvem é umas das soluções mais simples e eficazes para promover continuidade dos serviços em empresas. Por meio dela, o uso de ferramentas de armazenamento de dados, gestão integrada de sistemas, segurança das informações e outros benefícios proporcionam altos ganhos. No entanto, existem muitas dúvidas quando falamos de cálculos de custos para migrar ou manter os serviços on-premises.

Pensando nisso, trazemos algumas dicas de como dar os primeiros passos no cálculo comparativo entre manter o ambiente local ou manter em nuvem.

ROI: Considere-o sempre!

Ao considerar a migração para a nuvem, uma das formas de comparar o orçamento de um projeto on-premises com um em nuvem é o ROI.

O cálculo do ROI permite que as corporações entendam melhor o quanto de retorno representa um projeto, e o quanto reflete em redução de custos e melhorias de produção. Por meio de um cálculo inicial do ROI chega-se ao retorno sobre o investimento.

Na teoria, a fórmula para se calcular o ROI é bem simples:

ROI = (Ganho obtido - Investimento Inicial) / Investimento inicial.

No entanto, mensurar os valores de investimento inicial e o ganho obtido com um projeto em nuvem é uma tarefa mais complexa. É necessário decidir o que será migrado, como, quando e quais serão as integrações necessárias. Além das combinações entre nuvens públicas e privadas.

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Passos a considerar no cálculo:

1. Defina o período de medição

Para realizar o cálculo de forma mais assertiva é preciso definir uma “janela de tempo” para medição. Dessa forma, é possível ter números mais realistas. Normalmente, utiliza-se prazos de dois a cinco anos de estimativa para aferir o retorno. Assim possibilitando ter uma visão concreta dos benefícios ao longo do período.

2. Levante o investimento inicial

Para que a conta feche no final, é fundamental somar todo o investimento inicial da empresa. Com base no tempo de medição, considere os números para os custos com equipamentos novos, a expectativa de vida projetada e o custo de capital. Conforme os detalhes abaixo:

  • Soluções: coloque na lista o tipo de serviço utilizado (SaaS, IaaS, PaaS) e os valores gastos com armazenamento, processadores, licenciamento de softwares, entre outros;
  • Utilização: ao contratar um serviço em nuvem, normalmente, a empresa pagará por uma espécie de assinatura conforme sua utilização e volume de tráfego;
  • Migração: todo o custo que envolvem o processo, como horas de profissionais especializados, contratação do projeto, entre outros.

3. Liste os ganhos obtidos

É necessário contabilizar os ganhos conseguidos com a migração para calcular o ROI. Isso é feito a partir da mensuração dos benefícios resultantes do investimento feito pela empresa.

Calcular esses valores sobre soluções em nuvem é algo crítico devido à grande variedade de serviços. No entanto, é preciso detalhar cada solução e cruzar todos os dados.

Outros valores que devem ser levantados são os das áreas de marketing, vendas, financeiro e outros setores envolvidos e beneficiados com a migração. Alguns exemplos do que deve entrar nessa conta são:

  • Produtividade: os usuários passaram a ter a mobilidade à disposição, assim como usar aplicativos colaborativos, aumentando a produção;
  • Otimização de recursos: com a computação em nuvem, os recursos deixam de ser desperdiçados. A empresa utiliza apenas o que necessitar. Por isso deve ser contabilizado a redução do tempo ocioso do sistema;
  • Conformidade e segurança: como os provedores na nuvem oferecem uma maior segurança para os dados e seu gerenciamento, é importante avaliar a redução de gastos com proteção após a migração;
  • Agilidade do sistema: o aprovisionamento mais rápido do sistema contribui para a redução de custos e aumento da produtividade.

4. Avalie os pontos de redução de custos

As economias possíveis com a migração para a nuvem também devem ser contabilizadas, tais como:

Os custos de computação transferidos de CAPEX para OPEX;

  • Licenças de compra e manutenção;
  • Suporte técnico e ao usuário;
  • Manutenções e atualizações;
  • Hospedagens e outras.
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Importante:

Considere o Valor Agregado da Nuvem!

Em muitos casos, o cálculo comparativo simplesmente “não fecha” devido a fatores intrínsecos que não são devidamente considerados, além do tradicional custo de energia que deixa de existir, é importante ter em mente que algumas funcionalidades nativas da nuvem devem ser reproduzidas no seu orçamento de cenário on-premises para uma comparação justa:

Alta disponibilidade Nativa

Querendo ou não reproduzir uma estrutura em nuvem em seu datacenter on-premises ou mesmo em datacenters especializados pode ser desafiador e altamente custoso. Um servidor alocado em nuvem é altamente disponível e já possui este atributo nativamente (podendo inclusive ser aumentado) evitando com que se tenha que investir em nobreaks, circuitos de energia a parte, geradores, storages, soluções de backup, vários servidores hypervisors ou hardware como um todo.

Licenciamento

Em Modelo PAYG (em tradução livre algo como pague pelo que usar) o valor hora/minuto da maquina virtual já inclui a licença por exemplo do Windows Server e a call de acesso, comparar os custos com um potencial ambiente on-premises, sem considerar esta vantagem é um erro muito frequente, o ambiente on-premises, na maior parte das vezes necessita da compra de calls de acesso ao sistema operacional de servidor, o que encarece muito a solução.

Possibilidades sem investimento upfront

Imagine que você precise ativar uma ferramenta de monitoramento no seu ambiente, implementar uma solução como SIEM para analisar ataques a servidores, ou instalar uma web application firewall para a proteger sua aplicação, como você faria? Em nuvem tudo isso pode ser ativado na hora que bem entender, sem necessidade de esperar chegar aquele appliance específico ou aquele servidor via Navio para que as soluções sejam enfim implementadas, ou seja menor Time to Value.

Conclusão

Coloque todos esses valores tangíveis e nem tão tangíveis na balança e faça os cálculos, seguindo a fórmula do ROI. De forma geral, considerando todos os fatores ao se chegar em um resultado que a taxa obtida é maior que a de um projeto tradicional on-premises, fique com a nuvem. E considere depois trabalhar na redução e consolidação da infraestrutura para reduzir esses custos com parceiros especializados.

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